Embora haja desafios para os entusiastas do desempenho médio, como notas artificiais do motor sendo reproduzidas por alto-falantes e a diminuição das opções de transmissão manual, ainda há motivos para otimismo. As transmissões automáticas ainda não dominaram o mercado, a geometria cuidadosamente calculada da suspensão pode proporcionar feedback e fabricantes como a McLaren estão inovando no prazer auditivo através de hardware, não software.
Um exemplo disso é a mais recente patente descoberta pelo CarBuzz no Instituto Europeu de Patentes, que descreve um dispositivo acústico – possivelmente para o sucessor do McLaren P1, o W1 – que busca melhorar o som dos motores turboalimentados sem violar as regulamentações obrigatórias de emissões.
Um dispositivo de desvio de som
Já existem dispositivos que manipulam e aumentam o som, porém muitos não lidam bem com as altas pressões e temperaturas dos gases de escape. A solução da McLaren envolve a adição de um dispositivo localizado antes ou depois do escapamento, ou até mesmo antes da admissão, para aprimorar os sons de indução e escape.
Esse aparelho possui uma entrada e saída de ar, sendo crucial que a saída destinada a amplificar o som não fique no mesmo local por onde passam os gases nocivos.
O som é transmitido por meio de uma câmara secundária, selada pneumaticamente, conectada a uma primeira câmara por onde as ondas sonoras entram. Um mecanismo de suspensão é utilizado para transferir as ondas sonoras geradas pelo motor, podendo ser uma haste, mola ou volume de ar comprimido.
Do outro lado desse mecanismo, uma segunda membrana, com formato cônico, emite as ondas sonoras amplificadas. Essa membrana pode ser feita de papel, plástico ou metal e sua rigidez parcial e baixa massa permitem alta eficiência acústica. Combinando essas características, é possível recuperar as perdas acústicas da primeira membrana, separada por uma vedação hermética.
Numerosas aplicações
Esta solução simples pode ser aplicada a motores de diferentes configurações, como em linha, flat e V, e em motores de combustão pura, extensores de alcance ou híbridos. Isso indica um potencial promissor para futuros desenvolvimentos, desde o próximo hipercarro W1 até veículos de quatro lugares.
Ao comprometer-se com a inovação nos próximos anos, a McLaren demonstra que a manipulação do som pode ser uma abordagem válida para contornar as regulamentações de emissões. Com o uso da tecnologia acústica aliada a avanços em aerodinâmica e peso reduzido das baterias, os entusiastas automotivos podem continuar a ter esperança em novas experiências sonoras, mesmo em um cenário pós-motor de combustão direta.
É importante ressaltar que a obtenção de patentes não garante a implementação imediata dessas tecnologias em veículos comercializados. Muitas vezes, as patentes são usadas como forma de proteção da propriedade intelectual e não como confirmação de produção imediata.