O off-road é uma atividade recreativa popular que une as pessoas e proporciona uma maneira divertida de explorar o ambiente ao ar livre, além de revelar algumas façanhas incríveis de engenharia automotiva. No entanto, o impacto dessa prática no mundo natural não deve ser subestimado, como evidenciado pela recente associação de pilotos off-road à destruição de obras de arte centenárias no deserto do Atacama.
Uma coleção de antigas obras de arte esculpidas no chão do Deserto do Atacama foi danificada por marcas de pneus deixadas por carros e bicicletas que passaram pelo local. Essas marcas, muitas delas resultantes de corridas off-road legais, rasgaram as obras de arte de 3.000 anos de idade que retratavam animais como cavalos e pássaros.
Embora seja esperado que tais danos tenham sido causados por indivíduos irresponsáveis que não respeitaram as regras locais e conduziram seus veículos de forma inadequada, uma investigação do New York Times revelou que corridas off-road legalmente autorizadas também contribuíram para a destruição dessas obras de arte valiosas. Os legisladores no Chile haviam aprovado rotas que levavam os corredores perigosamente próximos das esculturas antigas, e a falta de fiscalização sobre o cumprimento dessas rotas contribuiu para os danos causados.
Organizadores de eventos de grande porte, como o Rally do Atacama, negaram inicialmente qualquer responsabilidade pelos danos causados, alegando que os participantes eram totalmente conscientes das rotas estabelecidas e eram rastreados por GPS. No entanto, a falta de monitoramento efetivo e a ausência de prestação de contas resultaram em danos irreparáveis às obras de arte locais.
Especialistas apontaram a necessidade de maior fiscalização e controle por parte das autoridades para garantir que os eventos off-road sejam realizados de forma responsável e respeitosa com o meio ambiente e o patrimônio cultural local. Fotos compiladas de pilotos se sobrepondo a áreas arqueológicas protegidas demonstram a importância de medidas mais rigorosas para proteger esses locais sensíveis.
A legislação chilena prevê multas significativas para aqueles que causam danos a locais arqueológicos, incluindo multas de até $ 14.500. No entanto, a dificuldade em identificar e punir os infratores devido à vastidão do deserto e à falta de evidências suficientes impõe desafios significativos para garantir o cumprimento da lei.
Diante desse cenário, o governo chileno convocou um painel de especialistas para desenvolver estratégias que destaquem a importância das obras de arte entre os corredores off-road e implementem um sistema eficaz de proteção dos geoglifos e áreas arqueológicas não danificadas. Essa abordagem proativa visa preservar o patrimônio cultural e natural da região e garantir que essas preciosas obras de arte sejam apreciadas por gerações futuras.
Em resumo, a prática do off-road pode ser uma atividade divertida e emocionante, mas é essencial que os praticantes ajam de maneira responsável e respeitosa com o meio ambiente e o patrimônio cultural local. A conscientização sobre os impactos negativos dessa atividade e a implementação de medidas eficazes de proteção e fiscalização são fundamentais para garantir a preservação desses tesouros históricos e artísticos para as futuras gerações.
