Um asteroide de 10 quilômetros de comprimento, que atingiu a Terra há 66 milhões de anos, destruiu os dinossauros e mais da metade de toda a vida na Terra. O impacto deixou uma cratera de 200 quilômetros de largura sob a Península de Yucatán, no Golfo do México.
E, até agora, presumia-se que o asteróide agia sozinho.
Esta semana, cientistas da Universidade Heriot-Watt, na Escócia, publicaram novas imagens tridimensionais de uma cratera feita por um segundo asteroide que atingiu a Terra por volta da mesma época na costa da África Ocidental.
A cratera Nadir, com 8 quilômetros de largura, foi encontrada a quase trezentos metros abaixo do fundo do Oceano Atlântico. O Dr. Uisdean Nicholson fazia parte do grupo que o encontrou pela primeira vez há pouco mais de cinco anos, mas precisava de dados sísmicos das imagens para confirmar o que o havia produzido.
“Isso revela esta cratera em três dimensões pela primeira vez – a primeira vez que conseguimos ver o interior de uma cratera de impacto”, disse ele. O Independente na sexta-feira. O estudo foi publicado quinta-feira na revista Nature Communications Terra e Meio Ambiente.
As crateras são frequentemente destruídas ou deformadas pela erosão e podem ser difíceis de encontrar porque estão enterradas há milénios. Os dados fornecidos à equipe de Nicholson, da empresa geofísica global TGS, permitiram ver todas as características da cratera.
“Então, a cratera em si tem cerca de 9.200 m – é assim que chamamos de borda. Essa é a principal parte central da cratera”, explicou Nicholson. “E há um conjunto mais amplo de características concêntricas, ou circulares, em torno dele, que chamamos de borda. Isso tem, eu acho, cerca de 22.000 m de diâmetro. Então foi aí que o mar… o leito desabou.”
O asteróide que formou a cratera teria mais de 400 metros de largura, dizem os cientistas. O mais perto que os humanos chegaram de ver um asteróide deste grande impacto na Terra foi em 1908, quando um asteróide de 164 pés de largura explodiu sobre a Sibéria.
“Nunca tivemos nada parecido com isso na história da humanidade”, disse Nicholson.
Ao entrar na atmosfera da Terra, o asteroide se tornaria uma bola de fogo aproximadamente 24 a 25 vezes maior que o Sol, gerando uma enorme explosão no ar que foi cerca de mil vezes maior do que a erupção vulcânica de 2022 em Tonga. Também teria causado um terremoto de magnitude 7,0, criando um “trem” de tsunamis emanando do centro do impacto.
Ainda assim, comparado ao asteroide mexicano “Chicxulub”, responsável pela exterminação dos dinossauros, não é tão grande em termos de energia liberada.
Agora, Nicholson espera testar ideias sobre como a energia do asteróide atingiu a área e o que aconteceu, bem como reconstruir o ataque com mais detalhes. Os pesquisadores querem aprofundar o fundo do oceano para obter amostras da cratera para tentar entender tudo isso e muito mais.
Até então, ter os dados em 3D ajuda tremendamente. Nicholson comparou essas imagens com exames médicos de última geração.
“É como passar de uma radiografia antiga para uma tomografia computadorizada completa de todo o corpo”, disse ele.